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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Romance Histórico: os Divodignos

Comecei a ler este livro há uns meses e achei que estas férias teria de "dar cabo dele".


Eis um estilo de que gosto muito: romances históricos. Rever as lições de e da história com ajuda de um livro bem escrito sabe muito bem.

A história não prendeu a minha atenção, desenvolve-se muito lentamente e o período histórico não é o meu favorito (Miguelistas vs Liberais), mas ler sobre acontecimentos relacionados com Coimbra, e imagine-se, Condeixa e Ega foi revigorante! E são os capítulos finais, em que se revive os acontecimentos de Condeixa, que dão maior vida ao livro.

O autor, Sérgio Luís de Carvalho (o site pessoal não está actualizado) é historiador, pelo que as notas finais inscritas no livro sobre as verdades históricas nele contido caem muito bem e ajudam a situar cronologicamente/historicamente o livro.

Este não é um dos melhores romances históricos que já li, mas vale a pena, apesar de que se fosse o Dan Brown a escrever sobre os Divodignos (uma associação liberal radical, radicada em Coimbra, composta por 13 jovens - não é explicado muito mais do que isto), talvez o livro merecesse um filme.

Ana

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

"às onze"

A expressão "às onze", de cuja origem não tenho ideia nenhuma, mas que é usada para classificar algo ou alguém de menos normal, é a que me ocorre para falar do livro que acabei de ler: "Onze", de Mark Watson.


Comprado numa promoção (50% de desconto!), este livro prometia como leitura de praia. "Um livro divertido, cheio de pinta" é a frase escancarada na capa. O autor é um comediante inglês, identifico-me com o humor britânico (http://www.markwatsonthecomedian.com/). O terceiro e melhor livro do autor (diz na aba, mas entretanto já tem outro livro publicado). Conjugação perfeita.


Mas... não.

Um livro editado pela Porto Editora devia ter menos erros (facto que me deixa perturbada):
- "(...) neve a aterrar sobre caixão contentor de reciclagem de plástico (...)" - o que é isto?
- "(...) grupo de rapazes deu-lhe uma pequena tareia bocado na neve." - hã?
- (falando de uma mulher): "Um problema dele é como se fosse meu. Ela é minha irmã." - género?
- "(...) conheceram-se numa conferência (...). Progrediu de uma série de dias passados fora para o Conservatório (...)" - a Conservatória também mudou de sexo.
Este tipo de coisas distrai-me.

A tradução também não ajuda.

Quanto ao conteúdo, apenas do meio do livro para a frente é que há algum ritmo, mas a história não é muito boa. À laia de cadeia-de-favores, neste caso cadeia-de-eventos, vai sendo construída a historia, mas muito superficialmente. Um passado que se quer esquecer, um presente vivido sem grande preocupação, um futuro incerto, e pessoas que fazem parte da vida de toda a gente.

Um livro no qual não vale a pena gastar dinheiro, nem com 50% de desconto, a não ser que se planeie tornar jogador profissional de Scrabble, jogo para o qual são apresentadas dicas muito úteis.

No entanto não é completamente desprovido de sentido, e o "fazer bem sem olhar a quem" está muito presente durante todo o livro, o que só nos pode fazer pensar em praticá-lo mais vezes também.

Já está no saco da praia: "O exílio do último liberal" de Sérgio Luís de Carvalho.

Ana

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Psycho Bitch

Hoje terminei um romance policial (digo eu que não sou versada em classificações literárias). Há séculos que não lia nada do género, e soube bem.

"Gone Girl" de Gillian Flynn ("Em parte incerta" o título em português), é um thriller daqueles que mexe com a maneira como vemos os outros. De repente passamos a olhar para o vizinho do lado como um possível sociopata (e na praia há centenas de vizinhos, portanto a observação até é divertida), porque passam tão bem por pessoas "normais".


Um casamento perfeito com uma mulher perfeita, que afinal não o é porque usa as suas melhores virtudes para cometer crimes e desgraçar (sim, desgraçar é a palavra correcta) a vida do marido, que por sua vez é um homem vulgar e não tão perfeito quanto ela julgava.
Se juntasse todos os episódios do CSI que vi, não haveria tanta trama.

Um livro dos que agarram porque o final só pode ser inesperado. Mas para mim o final não foi inesperado, porque o livro não acaba.
Espero sempre que o autor deixe gravada a sua visão de futuro dos personagens e aqui ficamos pelo "que eu acho que pode ter acontecido depois". Isto não torna o livro mau, claro, apenas um pouco decepcionante (para mim).

Uma boa escolha de livro para férias.

Qual o próximo na calha? Onze.

Ana Pedro