Hoje deveria estar a comemorar o Dia da Poesia, é certo, mas a verdade é que as árvores vivem mais dentro de mim do que a poesia.
Com o passar dos anos começo a apreciar melhor a poesia, mas como já disse algumas vezes, sou uma mulher da prosa e, para mim, nas árvores há muito mais corpo de prosa do que poesia.
Quando vejo e habito uma mata nunca me lembro de um poema, mas de escritos densos, cheios, a cheirar a ar-puro, onde se escondem tesouros, como nas raízes de um carvalho, de onde podem saltar pequenas criaturas, e onde não há lobos, porque o meu avô os enxotou todos!
Nunca tive medo de lobos, mas a minha filha leva demasiado a sério as histórias que lhe conto e associa logo floresta a lobos e "tenho medo". O meu avô e bisavô (que não conheci) foram guardas-florestais, e tenho sempre que contar (inventar) que o avô Pedro e o seu pai mandaram os lobos mais para norte e que aqui, à beira-mar, já não há lobos.
E talvez por isso eu goste muito de árvores...tive quem mas mostrasse.
Alguém ainda se lembra que nos anos 80, quando fiz a primária, se iam buscar árvores às estufas municipais para as crianças levarem para casa?
Pois para mim hoje é DIA DA ÁRVORE!
E fica aqui a sugestão de leitura de um dos meus livros favoritos que tão bem mostra o valor deste ser: