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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

"às onze"

A expressão "às onze", de cuja origem não tenho ideia nenhuma, mas que é usada para classificar algo ou alguém de menos normal, é a que me ocorre para falar do livro que acabei de ler: "Onze", de Mark Watson.


Comprado numa promoção (50% de desconto!), este livro prometia como leitura de praia. "Um livro divertido, cheio de pinta" é a frase escancarada na capa. O autor é um comediante inglês, identifico-me com o humor britânico (http://www.markwatsonthecomedian.com/). O terceiro e melhor livro do autor (diz na aba, mas entretanto já tem outro livro publicado). Conjugação perfeita.


Mas... não.

Um livro editado pela Porto Editora devia ter menos erros (facto que me deixa perturbada):
- "(...) neve a aterrar sobre caixão contentor de reciclagem de plástico (...)" - o que é isto?
- "(...) grupo de rapazes deu-lhe uma pequena tareia bocado na neve." - hã?
- (falando de uma mulher): "Um problema dele é como se fosse meu. Ela é minha irmã." - género?
- "(...) conheceram-se numa conferência (...). Progrediu de uma série de dias passados fora para o Conservatório (...)" - a Conservatória também mudou de sexo.
Este tipo de coisas distrai-me.

A tradução também não ajuda.

Quanto ao conteúdo, apenas do meio do livro para a frente é que há algum ritmo, mas a história não é muito boa. À laia de cadeia-de-favores, neste caso cadeia-de-eventos, vai sendo construída a historia, mas muito superficialmente. Um passado que se quer esquecer, um presente vivido sem grande preocupação, um futuro incerto, e pessoas que fazem parte da vida de toda a gente.

Um livro no qual não vale a pena gastar dinheiro, nem com 50% de desconto, a não ser que se planeie tornar jogador profissional de Scrabble, jogo para o qual são apresentadas dicas muito úteis.

No entanto não é completamente desprovido de sentido, e o "fazer bem sem olhar a quem" está muito presente durante todo o livro, o que só nos pode fazer pensar em praticá-lo mais vezes também.

Já está no saco da praia: "O exílio do último liberal" de Sérgio Luís de Carvalho.

Ana

1 comentário:

  1. oh my god! E eu que ofereci esse livro à Raquel =| Achei que seria mesmo divertido e curioso e afinal... bem, bola para a frente e da próxima vez tenho de compensar a minha amiga com um livro que realmente valha a pena!

    Obrigada Ana!

    Beijinhos
    Telma

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